MATERIAIS CORRETOS PARA MASCARAMENTO

FONTE: REVISTA AUTO REPARO
LINK: http://revistaautoreparo.com.br/2009/10/materiais-corretos-para-o-mascaramento
SITE: http://revistaautoreparo.com.br
Por Victor Caldeira Ceretti – Pesquisa & Desenvolvimento | Colaborou Daniel Araújo Filipe – Pesquisa & Desenvolvimento

Saiba por que o uso do jornal compromete o trabalho, e quais os materiais realmente indicados para um bom resultado:

O mascaramento é um dos processos mais importantes da repintura automotiva. Consiste em proteger as áreas que não serão pintadas contra a impregnação da pulverização (“overspray”) gerada tanto na aplicação de tintas quanto na aplicação de materiais de fundos e acabamento.
Além de proteger áreas contra a pulverização das tintas aplicadas na carroceria, o mascaramento evita o espalhamento indevido de materiais de fundo (primer) e de acabamento (verniz). Mas, para reduzir tempos e eliminar retrabalhos nesta etapa do reparo, o mascaramento deve ser realizado com os materiais mais apropriados para cada parte do veículo.

Optando pela eficiência

No mascaramento para uma pintura de para-lama, a oficina tem um gasto médio de R$ 12 com insumos (papel branco, papel bege, fita crepe) e um tempo de mão de obra de, aproximadamente, 40 minutos (0,67 horas), que corresponde a R$ 16, considerando um valor médio de R$ 24 por hora trabalhada.
Somando os gastos de insumos com o valor de mão de obra, obtém-se um valor total do processo de R$ 28.

Custo do jornal

O grande agravante do mascaramento inadequado é o retrabalho após a operação, quando há necessidade de um polimento para eliminar os ciscos e pequenas imperfeições causadas na pintura.
No mascaramento com jornal, há um gasto com insumos de aproximadamente R$ 1 por veículo. Para eliminação das imperfeições causadas pelo mascaramento ineficiente, a oficina gastará, em média, 1,5 hora para execução  do processo (locomoção do veículo, preparação da área, processo de polimento).
Novamente, considerando o valor médio da mão de obra de R$ 24 por hora, temos um valor total de mão de obra de R$ 36.
Então, se somarmos o valor da fita crepe gasta no processo, R$ 1, com o valor da mão de obra, temos um gasto total de R$ 37.

Desperdício de investimento

Com base nas considerações acima, a oficina que reparar uma média de 100 veículos por mês gastará, respectivamente, R$ 2.800 com o procedimento correto e R$ 3.700 com o jornal. Em um ano, isto significa gastar R$ 10.800 a mais com o uso de jornal, um capital que poderia ter sido investido na compra de um equipamento ou no treinamento de seu pessoal.

Comparando

Em análise realizada pelo CESVI em diversos tipos de papéis de mascaramento, podemos notar que papéis incorretos ou jornais podem apresentar até 12% a mais de permeabilidade, aumentando consideravelmente o retrabalho devido a problemas no mascaramento. Ao lado segue um comparativo entre papéis bege adequados, papéis inadequados e o jornal.

Tipos de materiais

Na escolha do material para um mascaramento perfeito, alguns fatores devem ser considerados:


• Nas áreas próximas à aplicação, o material utilizado deve ser impermeável à tinta, impedindo que ela o atravesse e marque as áreas que devem ser protegidas.
• Não deve soltar fibras, que podem danificar a pintura.
• Deve resistir ao calor, pois há casos em que a secagem da tinta é efetuada em cabines de pintura em temperatura de até 70°C.
Atualmente, existem três diferentes tipos de produtos para mascaramento que podem ser utilizados, sem considerar os acessórios:
• Papel de mascaramento.
• Plástico de mascaramento.
• Líquido de mascaramento.

Papel para mascaramento




- Resistência a solventes: Este tipo de papel recebe um tratamento superficial que o torna impermeável aos solventes dos produtos de pintura.
- Resistência mecânica: no mascaramento, é importante que se manuseie o papel sem que ele se rompa, diminuindo assim retrabalhos.
- Resistência das fibras: é importante que não desprendam fibras, pois estas, quando se prendem à tinta, provocam defeitos na pintura.

Os papéis para mascaramento são produzidos especialmente para esta finalidade, e têm as seguintes características:

– Resistência a solventes: Este tipo de papel recebe um tratamento superficial que o torna impermeável aos solventes dos produtos de pintura.
– Resistência mecânica: no mascaramento, é importante que se manuseie o papel sem que ele se rompa, diminuindo assim retrabalhos.
– Resistência das fibras: é importante que não desprendam fibras, pois estas, quando se prendem à tinta, provocam defeitos na pintura.

Tamanho dos papéis

Os papéis são fornecidos em rolos de diferentes tamanhos, o que ajuda o operador a escolher o tamanho que se adapta melhor à área mascarada. Como as dimensões variam de acordo com o fabricante, estipularemos os tamanhos como pequeno, médio e grande.

Tipos de papéis

No mercado de reparação, podem ser encontrados diversos tipos de fabricantes, e cada um com sua linha de papéis, mas os materiais podem ser classificados em dois tipos: papel branco e bege (também conhecido como vermelho).

O branco é o mais indicado contra a pulverização direta de tinta, pois, por ser impermeável, não permite que a tinta atinja as áreas não desejáveis. Deve ser utilizado ao redor da área a ser aplicada a tinta. Recomendamos um papel branco com largura entre 300mm e 700mm (pequeno ou médio).

O papel bege, ou vermelho, deve ser usado no restante do veículo, somente para protegê-lo contra a névoa da tinta. Por ser permeável, permite a passagem de certa quantidade de tinta, quando pulverizada diretamente.

Dispensadores de papel

Para melhor desempenho e produtividade do operador, recomenda-se que os papéis sejam adaptados em dispensadores de papéis móveis, para dar maior agilidade à operação. Ao desenrolar o papel, a fita adesiva deve possuir um dispositivo para se incorporar a ele, reduzindo o número de junções (nas quais poderiam ocorrer aberturas) e a quantidade de fita adesiva.

Plásticos de mascaramento

Os plásticos usados na operação de mascaramento são desenvolvidos exclusivamente para este propósito.

Os plásticos podem se apresentar de duas formas diferentes:

– Capas

– Filmes

Filmes

Os filmes de mascaramento são encontrados em rolos de diferentes larguras, facilitando a escolha do tamanho do plástico, dependendo da área a ser coberta.  Mais pratico é que esses rolos sejam acoplados também em dispensadores manuais. Esses dispensadores permitem que, ao se desenrolar, o plástico possua eletricidade estática, fazendo com que o filme seja atraído pelo veículo, facilitando o mascaramento.
O mascaramento com filme plástico não é muito diferente do que é feito com papel. As áreas nas quais a tinta será pulverizada diretamente devem ser mascaradas com papel impermeável (papel branco). Restrições no uso Com as informações acima, você pode se perguntar: por que não cobrir o veículo todo com filme plástico, já que também se trata de um material impermeável?
A questão é que, além de ser impermeável, o filme plástico é antiaderente. Quando se aplica a tinta no veículo, ela se instala sobre o plástico, podendo ser retirada com a simples movimentação do material. Quando o verniz vai ser aplicado, o próprio ar movimenta o plástico, fazendo com que a tinta se solte, formando uma nuvem de poeira que logo se instala nas partes do veículo que não devem ser pintadas, provocando retrabalho.

Líquido de mascaramento

Este método consiste em aplicar, sobre a superfície do veículo, um líquido por meio de uma pistola de pulverização. Quando seco, este líquido se transforma em uma fina película, que protege o veículo contra a névoa de tinta. É fabricado à base de glicerina, álcool e água; é impermeável aos solventes das tintas e solúvel a água.
O líquido já vem pronto para ser utilizado, podendo ser aplicado sobre todo o veículo, inclusive vidros, plásticos, borracha e pintura, sem agredi-los. Para sua aplicação, o veículo deve estar limpo, livre de pó e sujeira. Sua remoção se faz por meio de jato de água.

Fita crepe

O uso da fita crepe no processo de mascaramento não é recente. Mesmo depois do surgimento de vários produtos para substituí-la, a fita continua sendo o material mais viável para o processo de mascaramento.
Deve-se optar por fitas que tenham boa aderência sobre peças metálicas, plásticas e borrachas, mantendo-se fixas no momento da pintura.
Elas devem ter ainda boa resistência na presença de umidade e altas temperaturas.

Mascaramento de rodas e pneus

É extremamente importante que, durante o processo de mascaramento do veículo, rodas e pneus estejam protegidos. No mercado, temos hoje produtos feitos especialmente para este tipo de operação, mas, no dia-a-dia, as oficinas aproveitam o papel e o plástico para o mascaramento de veículos.

Acessórios para o mascaramento

Com o intuito de facilitar o mascaramento, algumas empresas desenvolveram produtos e acessórios que agilizam e facilitam o mascaramento. Dentre estes acessórios, podemos citar:
– Fita cilíndrica de espuma de poliéster poliuretano, utilizada para isolar aberturas e frestas dos veículos (portas, capôs, porta-malas, etc.), evitando que a pulverização de tintas entre por esses vãos.
– Fita de mascaramento para molduras de vidros automotivos que, quando instalada, permite que a pintura seja aplicada por baixo da moldura, deixando o trabalho com boa qualidade de acabamento.

Comments (2)

Leave a comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *